Cerca de 24 mil pessoas visitaram a Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (FIMMA Brasil), realizada em Bento Gonçalves-RS, entre os dias 26 e 30 de março.

Durante esses quatro dias, o esforço do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) foi o de aproximar esses visitantes, potenciais compradores e consumidores, dos empresários do setor de base florestal presentes no evento.

Além da oportunidade de ver os produtos expostos no estande do Cipem, a feira representou oportunidades de compartilhar conhecimentos sobre as espécies oriundas dos planos de manejo florestal sustentável existentes no estado, das diversas possibilidades de uso da madeira nativa e, principalmente, de reforçar a credibilidade sobre a origem dos produtos florestais madeireiros mato-grossenses.

Alguns empresários participaram ainda do Projeto Comprador, desenvolvido pela organização do evento, que promoveu mais de mil rodadas de negócios em dois dias, com transações em torno de US$ 3 milhões e a previsão de geração de US$ 15 milhões de prospecções de negócios nos próximos 12 meses.

O Cipem também foi um dos patrocinadores do Workshop Florestal, espaço inédito na feira, que promoveu palestras sobre o setor. Foi nesse ambiente, que o arquiteto e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), José Afonso Botura Portocarrero, falou sobre ‘A madeira no Brasil e no mundo’, ressaltando a versatilidade e a sustentabilidade desse material utilizado nas construções por vários povos há milênios. “Nós trazemos esse conhecimento e tradição em nossas raízes. Agora, as atenções se voltam novamente para esse produto que é mais sustentável e um dos mais recicláveis que existe”, defendeu o profissional premiado, em 2018, com o Breeam Awards, da Building Research Establishment BRE, a mais antiga e conceituada certificadora em sustentabilidade da Europa.

Logo na sequência da programação, o potencial mato-grossense para produção de madeira nativa dentro dos preceitos da legalidade e valorizando a floresta em pé foi apresentado pela Secretária de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), Mauren Lazzaretti. Ela defendeu que o manejo florestal sustentável é o único mecanismo que garante a manutenção da floresta em pé por, pelo menos 25 anos, uma vez que a exploração só pode ser realizada após autorização do órgão e mediante a averbação do compromisso na matrícula do imóvel. A secretária também apresentou os detalhes do sistema de controle, monitoramento e fiscalização existente em Mato Grosso, construído para garantir a legalidade dos produtos florestais. “Esse trabalho de disseminação dessas informações está sendo realizado dentro da estratégia de desmistificar o risco associado à madeira nativa, resgatar a credibilidade da Sema e melhorar a visão do Brasil e do mundo em relação ao nosso Estado”, reforçou Mauren.

De acordo com o presidente do Cipem, Rafael Mason, é fundamental levar esse conhecimento para fora do estado e do país, incentivando o mercado consumidor a conhecer mais sobre a madeira nativa. “Nosso objetivo é que o setor de base florestal seja, ao mesmo tempo, reconhecido como conservador da floresta e respeitado como importante no segmento industrial brasileiro”, pontuou.

Segundo dados da Sema-MT, Mato Grosso possui atualmente, 3,7 milhões de hectares de floresta nativa conservados através do manejo florestal sustentável, com potencial de chegar a 6 milhões de hectares até 2030, apenas em áreas privadas.

Fonte: Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação do Cipem.